O País é gigantesco e sempre existem boas oportunidades, a questão é saber analisar e identificar onde encontra-las, quando e como investir, mensurando os riscos a fim de evitar surpresas inesperadas.
Há décadas, o Brasil é um País instável, marcado por oscilações políticas e econômicas. Outros fatores que agora exigem atenção dos estrangeiros antes de investir por aqui são os altos índices de desemprego, a volta da inflação e a quebra do teto de gastos, que gera o receio de uma nova onda de irresponsabilidade fiscal combinada à crise social. Mas, apesar de toda esta instabilidade, os agentes econômicos estrangeiros ainda se sentem atraídos pelo Brasil, devido ao seu amplo mercado consumidor (mais de 200 milhões de habitantes), capacidade produtiva e avanço da transformação digital dos negócios. Prova disto é que os investimentos estrangeiros no Brasil cresceram 133% em 2021 (US$ 58 bilhões) em relação à 2020 (US$ 28 bilhões). Os valores ainda não retornaram aos patamares de 2019 (US% 65,8 bilhões), antes da pandemia, mas mostram uma recuperação considerável.
Ou seja, o Brasil continua sendo um grande destino de investimentos, com boas vantagens em relação aos demais países latino-americanos. Uma de suas vantagens, segundo analistas de mercado, é que o País conta com ferramentas para vencer a crise, pois, desde a década de 1990, apresenta certa continuidade de princípios na política econômica, independentemente da orientação dos diferentes governos, que são considerados sólidos. A democracia brasileira também tem mostrado resiliência, com instituições fortes, o que se comprovou, nos últimos meses, com reposicionamentos da Presidência da República em busca de governabilidade, afastando a possibilidade de uma ruptura institucional a curto prazo.
Outro diferencial positivo é que, apesar de todas as perdas humanas e da contribuição para a instabilidade econômica, a pandemia de covid-19 abriu uma série de oportunidades de negócios no Brasil, sobretudo na área da tecnologia. Uma mostra clara disso é o contraste entre a saída de grandes multinacionais e a chegada de bilhões em investimentos de startups estrangeiras. Ou seja, a atratividade do capital externo se mantém firme, apesar das aplicações efetivas nos negócios terem diminuído 23% em relação ao ano passado. O fluxo de capital externo acumulado no ano é de R$ 57,65 bilhões, um valor muito significativo.
Simultaneamente, as fusões e aquisições em território nacional somaram R$ 76 bilhões (aumento de 65% em relação a 2020). Ou seja, mesmo diante de todos os contratempos e das oscilações de 2021, o mercado continua vivo e buscando alternativas para se ampliar o volume de negócios.
Este é um cenário que aponta para a dinamização do mercado, não só com maior variedade de produtos e serviços, mas também com maior presença da tecnologia no cotidiano, pois se intensificou a inclusão digital da população. Para ficar apenas em três exemplos, basta mencionar o processo ampliação da bancarização, o crescimento vertiginoso do comércio eletrônico e a propagação (ainda incipiente) da oferta de educação on-line, a fim de manter os estudantes nas escolas e universidades.
Vale destacar, ainda, que a população brasileira, além de volumosa, é carente de produtos e serviços de qualidade e bastante aberta a inovações. Os brasileiros gostam e consomem tecnologia, sempre que têm condições econômicas, aderindo com grande facilidade a novidades em termos de aplicativos e mídias sociais. Em diversas áreas, há uma boa demanda reprimida no País e, qualquer sinal de recuperação econômica, logo se reverterá em recompensa rápida às startups que decidiram apostar no Brasil.
O País é gigantesco e sempre existem boas oportunidades, a questão é saber analisar e identificar onde encontra-las, quando e como investir, mensurando os riscos a fim de evitar surpresas inesperadas. O Brasil é para os fortes, mas aqueles que se estabelecem, em geral, garantem, não só o retorno de seus investimentos, mas bons resultados a médio e longo prazos. Entretanto, para isto, os investidores precisam sempre contar com apoio administrativo, operacional e jurídico de uma empresa de consultoria local para entender a cultura empresarial brasileira, apoiar na viabilização de recursos humanos estratégicos e na superação das complexidades fiscal, tributária e jurídica.
*Artigo redigido por Dalton Locatelli, sócio da Pryor Global.
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