A diplomacia ganhou maior relevância no Brasil durante a pandemia. A proximidade gerada com os países árabes graças às relações diplomáticas foi tema do encontro promovido pela Câmara de Comércio Árabe Brasileira. A webinar reuniu 800 representantes do Brasil e exterior.

A relação comercial cada vez mais expressiva entre esses países e o crescente interesse dos investidores árabes no agronegócio brasileiro foram alguns dos fatores que levaram os especialistas presentes no encontro a discutirem a due diligence jurídica, série de análises para avaliar os riscos de um negócio, além da sua utilização em negociações de diferentes proporções. A auditoria jurídica e a análise dos aspectos societários também estiveram em pauta.

Os árabes e seus descentes são responsáveis por cerca de 10% das lideranças empresariais no Brasil, segundo notícia veiculada na Agência de Notícias Brasil-Árabe – ANBA. A pesquisa do Ibope Inteligência e análises da H2R identificou que, em uma amostragem feita a partir de 803 entrevistas, esse percentual sobe para 12% nas empresas de grande porte.

O agronegócio é o setor mais visado e no qual esses executivos e empreendedores estão mais presentes, seguido pelo comércio e indústria (11%) e a área de serviços (9%).
A pandemia e a elevação da participação do agronegócio no PIB brasileiro de 21,4% em 2019 para 23,6% em 2020, a demanda mundial por frutas cítricas – que já subiu 158% – e as mais de 50 aberturas comerciais, como a abertura do Egito para a importação de carnes e produtos de carne de aves brasileiras, estão entre os atrativos desse mercado aos povos árabes. Os Estados Unidos e o Kuwait anunciaram a reabertura para a importação da carne bovina in natura brasileira em fevereiro de 2020. O Qatar permitiu a importação de material genético bovino brasileiro, como sêmen e embriões em julho do mesmo ano.