Em um cenário de crescente instabilidade, proteção à vida ganhou um novo significado
A pandemia de covid-19 trouxe desafios inesperados para as empresas em todo o mundo. O setor de seguros não é exceção, tendo sofrido um declínio significativo nos negócios durante 2020: saiu de um crescimento de 12,3% em 2019 para 1,3% no ano seguinte, segundo dados da Confederação Nacional das Seguradoras (CNSeg).
No entanto, as seguradoras resistiram bem à crise, apresentando desempenho positivo e melhor que o da maioria dos outros segmentos da economia, de acordo com o presidente da CNSeg, Marcio Coriolano. Agora, estão desfrutando de uma forte recuperação graças a medidas inéditas para atender às mudanças nas necessidades e comportamentos dos clientes.
Dados da Susep (Superintendência de Seguros Privados) divulgados no início deste ano revelam que o setor arrecadou R$275,21 bilhões no acumulado de 2021, um crescimento de 13,1% em comparação ao mesmo período do ano anterior. O destaque vai para o segmento de seguro de vida, com R$21,08 bilhões arrecadados, uma alta de 17,3%. Dentre as razões para essa recuperação, há quem aposte na mudança da percepção dos clientes sobre o seguro de vida.
Devido à pandemia, muitos agora consideram o seguro uma proteção necessária contra circunstâncias imprevistas, e não mais um produto de investimento. Tais mudanças na mentalidade do consumidor têm lembrado as empresas da importância da centralidade do cliente. Os players do mercado de seguros se adaptaram rapidamente e introduziram coberturas específicas para pandemias, assim como apólices adaptadas às expectativas e exigências dos clientes.
As buscas pelo termo “seguro de vida” no Google dobraram durante 2021. Uma rápida pesquisa no Google Trends revela que o termo ainda está em alta, um sinal de que o interesse dos brasileiros pelo seguro de vida veio para ficar. Seja pela percepção da fragilidade da vida, seja pelo medo de que a família fique financeiramente desamparada, a necessidade de se proteger contra eventos imprevistos é uma prioridade no mundo pós-pandemia.
Não é possível precisar até quando o mundo terá que lidar com o novo coronavírus (Sars-CoV-2). Apesar da sensação generalizada de que a pandemia está com os dias contatos, a realidade não se mostra tão otimista. Na China, por exemplo, foi decretado um novo lockdown após o aumento do número de casos, mesmo com a maior parte da população vacinada.
Em um cenário de crescente instabilidade, com o mundo tendo que lidar com os efeitos de uma crise sanitária e econômica, além de uma guerra no leste europeu, cujos efeitos são também sentidos por todos os demais continentes, o futuro é cercado de incertezas. A proteção à vida ganhou um novo significado.
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